Wednesday, June 21, 2006

colapso

Gosto de sentir a alta tensão da vida, na mistura que ela tem de real e imaginação. Gosto da alta voltagem. Mas ela exige um contraponto, que se constrói no aceitar a magnitude da vida universal, com o que ela tem para nos oferecer: às vezes o que se gosta muito e outras, o que se gosta menos.
Induzir, não é o mesmo que manipular. Induzir é condicionar ou acelerar aquilo que já estava destinado ou já existia latente.
Construir ou juntar pedaços, recombinando-os em novos estados. Assim construir é criar.
Já todos sabemos que para sentir o mais é preciso viver o menos…e que às vezes não é tão bom viver no menos. Talvez porque fomos culturalmente habituados a querer sempre o mais.
Hoje foi assim até receber um telefonema que me lembrou uma falha de energia que gerou um colapso de informação. Uma nódoa no dia profissional.
Apaguei o café, peguei num cigarro e decidi-me a trabalhar…um pouco mais.

O referido telefonema aconteceu a meio desta escrita, dum concerto por Artur Pizarro que ouço ao longe e da paz infinita que corre lá fora no pátio e no jardim.
Se alguém quizer que continue...

4 comments:

Anonymous said...

...não para continuar...







"A calma de uma árvore que reluz, nas suas folhas intimas, o langor dos gatos como principes, um livro lido ao som de uma confidência, na tarde.
Os minutos de uma espera são, por vezes, uma vida"







...talvez para colocar entre a qualquer horário!



U

Anonymous said...

... ou...








" No trilho de uma flauta, as cabras. Dos campos de feno fogem, doces, confusas, cada vez mais leves.
A eternidade estremeçe, como um preguiçoso fio de erva, nos lábios do pastor"


U

maria said...

Hoje já se me passearam pela mente muitos cenários...não estes que me ofereces. Mais o contrário, ao pensar que o mundo tanto pode ser lido numa lógica de salvação e beatitude como numa lógica maquiavélica e de perdição. Não que a tarde não seja, como a de ontem magnífica, onde " a eternidade estremece, como um preguiçoso fio de erva, nos lábios do pastor", mas porque para além desta aparente calma, leio sofrimento e injustiça, leio esquecimento. O mundo é cruel porque esquece e continua a mostrar-nos, a alguns, essa face plena, enquanto outros lutam pela vida...

maria said...

...mas quero esse lugar... onde um livro é lido ao som de uma confidência e os minutos de espera tem o valor de uma vida.