” (...) Gabrieli estava em paz porque era o senhor do seu método. Este é o segredo de toda a felicidade. Porque não conseguia ele sentir o mesmo a respeito de escrever livros? Oakshot detestava os livros em que tudo era cuidadosamente descrito e as conversas estupidamente registadas. Mas de facto era isso que Sutcliffe fazia.
De volta aos canais descobriu subitamente que já não lhe interessava saber se Deus existia ou não – o poente era tão fantástico que lhe tinha apagado quase inteiramente a consciência. A partir daquele espectáculo uma pessoa podia deduzir tudo – a respeito de Deus, queria ele dizer. Tão incrível e meticulosamente planeado e executado. Imagine-se os Venezianos sujeitos a um anoitecer destes todos os dias das suas vidas… Era demasiado. Só um benemérito daltonismo os podia salvar de ficarem loucos ou pelo menos estáticos. (...)”
De volta aos canais descobriu subitamente que já não lhe interessava saber se Deus existia ou não – o poente era tão fantástico que lhe tinha apagado quase inteiramente a consciência. A partir daquele espectáculo uma pessoa podia deduzir tudo – a respeito de Deus, queria ele dizer. Tão incrível e meticulosamente planeado e executado. Imagine-se os Venezianos sujeitos a um anoitecer destes todos os dias das suas vidas… Era demasiado. Só um benemérito daltonismo os podia salvar de ficarem loucos ou pelo menos estáticos. (...)”
Monsieur ou o Príncepe das Trevas; Lawrence Durell; Difel; Pág146
2 comments:
Do autor só conheço "Um sorriso nos olhos da alma" ... tem duas metades, numa aborda o Taoismo e na outra percorre os locais onde Nietzsche se declarou a Lou Andreas-Salomé.
A ler!
D
Também conheço e é para mim um livro de referência, que já li, reli e volto sempre a ler com gosto. De cada vez que o leio encontro nele novos mundos. O que primeiro me chamou atenção foi a conversa sobre o vaso chinês - o que está para além da forma, o que dela imana...
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